Após o café da manhã fui perguntar para a prestativa gerente do hotel, quanto custava aproximadamente uma corrida de táxi até o Convento Santa Cruz de la Popa, ou Cerro de la Popa. Ela me disse que girava em torno dos 30.000 COP/35.000 COP. O preço é mais salgado que o normal, pois o local não é muito perto, fica no alto de uma colina (cerca de 20 minutos da cidade amuralhada).
Em frente ao hotel havia alguns táxis estacionados. Perguntei para dois deles o valor do trajeto até o convento: 45.000 COP com uma hora de espera. Tentei negociar, mas eles não arredavam o pé. Falei então que iria pesquisar mais, aí eles concordaram com 30.000 COP e o combinado era que ficariam nos esperando por meia hora. Trinta minutos parece ser pouco, mas foi possível ver tudo.
Para lá não há transporte público, o pessoal vai de táxi ou chiva. Por esse motivo, os motoristas ficam aguardando os turistas. Li que não é viável ir a pé, pois além da caminhada ser longa, o trajeto é perigoso.
Começamos a subir a colina em direção ao convento e vimos um policiamento ostensivo por todo o caminho.
CONVENTO SANTA CRUZ DE LA POPA
Horários: Segundas à domingos, das 8h30 às 17h30.
Entrada: 10.000 COP/adultos e 8.000 COP/crianças (valor em março/2016)
Dica: Indo bem cedo ou no final da tarde, você encontrará o local menos cheio.
A fundação do convento data de 1607. Seu nome oficial é Convento de Nuestra Señora de la Candelaria, em homenagem à padroeira da cidade. O nome “Popa” deve-se à semelhança da colina a um barco, ficando o convento em sua parte traseira, a popa.
Foi construído no ponto mais alto de Cartagena, a cerca de 148 metros de altura. A vista de lá é espetacular!
“…Si no has subido a La Popa, no has visto a Cartagena!”
A arquitetura colonial e o claustro florido impressionam já na entrada. As espessas paredes e fortes pilastras foram construídas de forma a resistir aos ataques de invasores. Sim, durante muito tempo o local foi utilizado com fins militares e, durante a guerra de independência foi praticamente destruído.
Reparem (foto acima) nos canos presentes na parte superior. São todos voltados para o pátio interno e o poço localizado no centro possui aberturas em sua base com a finalidade de escoar a água da chuva, a qual ficava armazenada. Isto porque antigamente não havia água com facilidade.
No convento há um pequeno museu com peças religiosas, como quadros e esculturas, os quais contam um pouco sobre sua história.
Há também uma capela dedicada à Virgen de la Candelaria. A imagem da Santa está no belíssimo altar de ouro. Muitos devotos que recebem a cura de enfermidades, oferecem à Virgem réplicas em miniatura feitas de ouro do membro ou partes do corpo que foram curados.
O convento, em 1986, recebeu a benção do Papa João Paulo II em pessoa.
Um dos maiores eventos de Cartagena acontece ali no convento. Entre os dias 24 de janeiro e 2 de fevereiro, centenas de pessoas sobem diariamente o Cerro de la Popa. O taxista nos contou que algumas pessoas sobem a colina de joelhos. Devotos se reúnem no local para agradecer as graças alcançadas e, no último dia, ocorre a Festa de La Candelaria de La Popa. É uma procissão que parte do monastério e segue até uma capela no bairro Pie de La Popa.
TEATRO HEREDIA OU ADOLFO MEJÍA
Voltamos para a cidade amuralhada e seguimos para o Teatro Heredia / Adolfo Mejía.
Endereço: Plaza de la Merced #38-10
Entrada: 8.000 COP/ visita sem guia por 20 minutos e 11.000 COP/ visita guiada
Horário: Segunda a sexta das 8:00 às 12:00 e das 14:00 às 18:00 horas.
Dica: A entrada principal encontra-se sempre fechada. Para conhecer o interior, contorne o prédio e vá até a porta localizada na parte de trás. Fique ligado na programação do teatro! Pergunte à recepcionista se haverá algum espetáculo nos dias em que estiver na cidade. Deve ser uma experiência incrível!
O teatro foi construído sobre as ruínas da antiga Igreja de La Merced (1625) para comemorar o centenário da Independência em 1911.
A fachada do prédio é linda, mas seu interior é ainda mais bonito!
Você pode caminhar por todo o interior do teatro. Aproveite! Há muitos detalhes a serem vistos.
LAS BÓVEDAS
Las Bóvedas foi a última grande construção da época colonial. Foi utilizado como armazém de munição e provisões e, na era republicana, funcionava como presídio. Hoje abriga diversas lojinhas de artesanato, roupas, bolsas, souvenir, objetos de decoração, entre outros.
Os preços não são muito atrativos, mas pechinchando você consegue um valor razoável. Se você gosta de produtos locais, fique atento, pois há artigos “made in china” também.
Nós entramos em todas as lojas, algumas delas possuíam praticamente os mesmos itens, em outras os produtos eram diferenciados.
Na hora do almoço seguimos para o El Santísimo (Calle del Torno # 39-62), restaurante muito bem recomendado pelos viajantes e que, inclusive, já foi citado no The New York Times.
O cardápio do restaurante é enxuto, mas tem opções para todos os gostos: carne vermelha, frango, massas, peixe e frutos do mar. A gastronomia do El Santísimo resulta da fusão da cozinha cartagenera com o requinte da culinária francesa.
Neste restaurante há uma opção bacana por 95.000 COP: uma entrada, um prato principal, uma sobremesa e bebida à vontade por até 2 horas (inclui vinho, cerveja, refrigerante ou água). Como nós preferimos suco, não seria interessante para nós.
Estava vazio no horário em que nós fomos, mas dizem que no jantar o lugar fica cheio, sendo necessário fazer reserva .
O ambiente é bem aconchegante e nós adoramos a decoração também, bem pitoresca.
Meu marido pediu de entrada pañuelos de la novicia, que são triângulos de queijo camembert empanados com gergelim, acompanhados de molho de uchuvas (physalis), açúcar e vinho branco.
Para o prato principal, eu escolhi o Antojo Vikingo, salmão com aspargos e cebola caramelizada. Meu marido que não come carne e afins, pediu o Arroz del Príncipe Sidartha um salteado de verduras, arroz estilo thai, acompanhado de croquetes de bananas maduras. Este prato normalmente tem mariscos em sua composição, mas nos foi dito que poderiam fazê-lo sem estes ingredientes.
A apresentação dos pratos é lindíssima!
Neste dia resolvemos experimentar as sobremesas também, as quais recebem nomes de pecados capitais. Depois de toda a comilança, pedimos o “La Gula”… rs.
Eu e minha mãe pedimos o mesmo prato e achamos delicioso. Meu pai e minha irmã pediram o Tributo a Kaliman (37.037 COP), pernil de carne de porco com molho de tamarindo, batata criolla e salada verde, mas acharam a carne um pouco seca. Meu marido gostou do prato, mas não achou “tudo o que dizem”…
Depois do almoço fomos caminhar mais um pouco pela cidade. Nos deparamos com um mercado de pulgas e resolvemos entrar. Tinha muita coisa bacana e interessante, mas não compramos nada.
Fomos também ao mercado Carulla (Calle 34 #5-36) comprar água. Esta unidade presente na cidade amuralhada é “express”, então é pequena e sem muita variedade.
Como o calor em Cartagena é intenso, há barraquinhas de rua vendendo frutas, água de coco e sucos naturais. E em diversos pontos da cidade, podem ser vistas as famosas palenqueras com seus vestidos rodados coloridos, lenço na cabeça e suas frutas variadas.
As palenqueras são originárias de Palenque de São Basílio. Nesta região viviam os escravos africanos que decidiram fugir em busca da liberdade. O local que se instalaram era o ideal, dado ao seu difícil acesso. Assim, homens e mulheres criaram os “palenques”, fortalezas onde poderiam criar seus filhos, manter seus costumes, tradições e acima de tudo: ser livres.
O movimento de fuga dos escravos teve tamanha proporção que a Coroa Espanhola decretou, em 1691, a libertação dos africanos do Palenque de São Basílio. Estes foram os primeiros escravos livres na América.
Visitamos também o jardim do luxuoso e bem preservado hotel Sofitel Legend Santa Clara. Este hotel antigamente foi um convento (século XVII) e também um dos cenários do livro “Do amor e outros demônios”, de Gabriel García Márquez.
Passamos novamente em frente à Catedral de Santa Catalina de Alejandría, mas estava fechada.
No jantar fomos até a Plaza San Diego procurar algum lugar para comer. Todos os restaurantes estavam bem cheios, até que encontramos o La Galeria Gourmet. Havia mesas no exterior, mas como estava calor, entramos no pequeno restaurante.
As pizzas pareciam ser muito apetitosas, então resolvemos pedir. E não nos arrependemos! A quantidade que pedimos não engana… (pizzas para cinco pessoas esfomeadas, poxa!) rs. Na verdade, elas não são muito grandes e a massa é leve e fina.
E mais um dia se foi na encantadora Cartagena…
Parabéns pelo post!
Olá, Thiago!
Obrigada!
Nossa, que lindo o convento. Agora o teatro…demais!
E aí, nas lojinhas deu pra garimpar coisinhas legais?
Que delícia!
Amiga, que viagem hein, tô adorando!
Bjo
Nós compramos alguns itens de decoração, claaaaaro… rs Nem gosto dessas lojinhas, né?! hehe
Oba, feliz que está curtindo!
Beijooo