Viagem realizada em abril/2016
Depois de dias incríveis em Capitólio, resolvemos seguir para a Serra da Canastra. Nós já havíamos pensado em ir para lá, mas o próximo destino ainda era incerto.
Em Capitólio, conversamos com algumas pessoas e muitas recomendaram a visita à Cachoeira Casca D’Anta, localizada no Parque Nacional da Serra da Canastra. Dá para fazer um bate-volta, mas é meio cansativo, já que são cerca de 2 horas até lá.
Tinha lido também sobre a existência de uma trilha que vai até a parte alta do parque. E como nós adoramos uma caminhada no meio da natureza, a próxima parada estava então decidida.
Nos recomendaram uma pousada localizada bem perto do parque e foi para lá que nós fomos.
Paramos em São Roque de Minas para abastecer. Aliás, se você gosta de queijo, saiba que nesta cidade está concentrado o maior número de produtores do famoso queijo Canastra.
Ao entrar na área do parque, se inicia uma estrada de terra batida. A paisagem bucólica, o cheirinho de mato e o silêncio já nos indicavam que a estadia seria ótima!
Dirija devagar não somente para apreciar a vista, mas também devido ao gado solto que pode ser encontrado frequentemente na estrada.
Nós chegamos próximo à hora do almoço e estávamos famintos, então paramos no Restaurante Dois Irmãos, localizado bem pertinho do parque e da pousada.
Como fomos em dia de semana e não havíamos feito reserva, o almoço não estava sendo servido. Porém, a simpática dona do restaurante, dona Ileusa, disse que poderia fazer para nós! Ficamos muitíssimo gratos pela gentileza!
Enquanto aguardávamos, fomos visitar a área de camping, também propriedade do Restaurante Dois Irmãos.
O almoço estava simplesmente delicioso! Comidinha caseira e mineira feita no capricho! Hummm… trem bão demais, sô!
Depois de encher a pança, seguimos para a pousada. Felizmente, havia acomodação disponível (também não havíamos feito reserva).
Pousada Dois Irmãos
Está localizada a apenas 1 km da portaria do Parque Nacional da Serra da Canastra (parte baixa), em meio à natureza.
A pousada é uma graça! Os donos, Gislaine e Denner, moram no local e cuidam de tudo com muito carinho. O casal é uma simpatia, muito gentis, educados e extremamente preocupados com seu bem estar. É um local com ambiente familiar, sem bagunça, ótimo para quem busca a tranquilidade que só o interior proporciona. Eles têm uma filhinha linda, a Carol, pensa em uma criança esperta e conversadeira! Nossa estadia foi diversão garantida com ela! rs
É a Gislaine quem prepara os deliciosos cafés da manhã e jantares e seu marido, Dener, produz o saboroso queijo Canastra servido na pousada. Ah, eles também o vendem e é claro que trouxemos um para casa!
Há quatro chalés disponíveis que contam com uma cama de casal e duas de solteiro (ou beliche), além de uma casa central que possui três quartos (com dois beliches em cada) e dois banheiros (fora do quarto). Também há Wi-Fi.
Nós gostamos muito da acomodação, estava tudo limpinho, a cama era confortável e o chuveiro era quentinho e funcionava bem. E, para nós, que vivemos na “cidade grande”, dormir no silêncio da natureza foi renovador.
Site da pousada: acesse aqui ou aqui
O que fazer e quando ir à Serra da Canastra
A região da Serra da Canastra possui uma área de mais de 200 mil hectares e abrange 6 municípios: Sacramento, Delfinópolis, São Roque de Minas, Vargem Bonita, São João Batista do Glória e Capitólio.
O forte desta região é o ecoturismo. Há muitas trilhas, cachoeiras, piscinas naturais para conhecer, além de paisagens lindíssimas.
O Parque Nacional da Serra da Canastra é um dos locais de passeio mais conhecido. Nós ficamos dois dias inteiros e pudemos conhecer a parte baixa e alta do parque, além de outros locais próximos.
A Serra da Canastra apresenta temperaturas médias anuais de 17°C no inverno e 23°C no verão. A época seca compreende os meses de abril até outubro, considerada a melhor temporada para se conhecer o parque.
Parque Nacional da Serra da Canastra
O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 1972 com o objetivo de proteger as nascentes do rio São Francisco, localizadas a uma altitude de 1.200 metros.
Esse rio imenso, de tamanha importância para nosso país, nasce como um pequeno olho d’água na serra da Canastra e cresce até desaguar no oceano Atlântico. Possui 2.700 km de extensão e atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
O “Velho Chico” percorre regiões semiáridas e ainda assim é perene (não seca nem nos períodos de maior estiagem), pois sua cabeceira está localizada em uma área de maior pluviosidade. Os solos e rochas desta região acumulam bastante água e a liberam lentamente no decorrer do ano. Além disso, seu volume também é mantido por afluentes (perenes) no centro do estado de Minas Gerais.
Dois roteiros muito conhecidos do parque são divididos em: Parte Baixa e Parte Alta. Reserve pelo menos um dia para cada roteiro.
Parte baixa (Acesso pela Portaria 4):
Pode-se estacionar o carro, gratuitamente, em frente à portaria.
É na parte baixa deste parque que está localizada a bela cachoeira Casca D’Anta, a primeira grande queda do “Velho Chico”, com quase 200 metros de altura. Para chegar até à cachoeira há uma trilha tranquila de aproximadamente 2km.
O rio que se forma passa em torno do parque formando algumas piscinas naturais.
Há quiosques para descanso/piquenique e sanitário.
Parte alta (Acesso pelas Portarias 1 – mais próxima, 2 e 3):
Nesta parte do parque encontra-se o início da sequência de quedas do rio São Francisco que formam piscinas lindíssimas! A vista lá do alto para o vale é show!
Nós a acessamos por uma trilha (caminhando mesmo) que parte da parte baixa do parque. A trilha é íngreme, possui 6km de extensão (ida e volta) e é denominada “Trilha Difícil”. Comentarei sobre a mesma logo adiante.
Você também pode fazer o passeio com veículo 4×4 (não é recomendado ir com carro baixo), informe-se em sua pousada, certamente eles terão alguém para indicar. Durante este passeio, em geral, visita-se também a nascente do rio São Francisco e o Curral de Pedra. Dizem que o passeio é muito bonito e, com sorte, podem ser vistos animais típicos do cerrado. Não é possível acessar estes dois últimos locais à pé pela Trilha Difícil, pois é muito longe.
Taxa de entrada do parque: R$9,00/pessoa, tanto para a parte baixa quanto para a alta (valor de abril/2016).
Horário de visitação: Entrada das 8h às 16h. Saída às 18h. Aberto todos os dias da semana.
Cachoeira Casca D’Anta (parte baixa do parque)
A trilha de cerca de 2 km que leva até o poço da cachoeira é muito gostosa e fácil de percorrer.
Não há lanchonete dentro do parque, então se a intenção for ficar bastante tempo, seria bom levar algo para comer.
Um pouco antes de chegar até a queda d’água, há um mirante muito legal, onde é possível fazer boas fotos e dar uma parada para descansar.
Chegando aos pés da cachoeira, a grandiosidade da Casca D’Anta torna-se ainda mais evidente. Sua forte queda impressiona e você já fica molhado sem nem entrar na água, só com as gotículas que dançam pelo ar… rs.
O rio São Francisco continua seu percurso ao longo do parque formando belas piscinas naturais de águas cristalinas.
Existem alguns quiosques e mesinhas distribuídos próximo ao rio, ótimos locais para piquenique. Vimos churrasqueiras também, antigamente era permitido acampar no parque.
Ficamos até umas 13h no parque e depois fomos encher a pança no Restaurante Dois Irmãos. Desta vez reservamos o almoço! rs.
Piscinas naturais do Tio Zezico
Depois do rango delicioso, seguimos para um passeio indicado pela Gislaine. Fica pertinho do restaurante.
Quem cuida e mora no local é a Nilza, filha do falecido sr. Zezico. Há uma pequena taxa de R$5,00/pessoa para ajudar com as despesas.
As piscinas naturais estão localizadas atrás da casa. A água tem um incrível tom azulado, lindo demais!
A água da foto acima parece esverdeada, mas na verdade ela é azulada:
Voltando à estradinha dentro da propriedade, siga um pouco mais à frente e encontrará um outro poço.
Pôr do Sol
Outra ótima indicação da querida Gislaine, foi o Morro do Carvão, um dos melhores locais para curtir o entardecer. A estrada que leva até o morro é continuação da estrada da pousada. O percurso é um pouco esburacado e íngreme, mas vale muito a pena. A vista é lindíssima!
Cachoeira Casca D’Anta (parte alta do parque)
Começamos o dia com um café da manhã farto, delicioso e reforçado na pousada. Tudo caseiro, a Gislaine mesmo prepara os pães, roscas, pães de queijo, bolos, biscoitinhos… dá água na boca só de imaginar, não é?!
Se você optar pela trilha, o ideal é iniciar a caminhada logo pela manhã para não pegar sol muito forte. Leve bastante água para a subida. Na parte alta do parque há uma bica para encher as garrafas.
A trilha começa próximo à Cachoeira Casca D’Anta, na parte baixa do parque. Para você ir se preparando para o que vem pela frente, há esta marcação:
Esta foi mesmo a trilha mais difícil que já percorremos, mas dizem que ela tem nível intermediário. É cansativa, pois é bem íngreme e com alguns obstáculos como rochas para subir. Nós achamos a descida mais desafiadora que a subida, pois você tem que ficar agachando para descer pelas rochas e muitos trechos são escorregadios, o que exige bastante das pernas.
Nós fizemos algumas paradas para descansar. A esta altura o sol já estava forte e tudo o que queríamos era uma água geladinha para nos refrescar. Demoramos cerca de 2 horas para subir.
Nós chegamos e ainda não havia ninguém ali. Ficamos arrepiados com a beleza do local.
Passamos um bom tempo nos refrescando, agradecendo e contemplando essa maravilha da natureza. Aproveitamos também para comer o lanche que levamos da pousada.
Perto deste local existe uma casinha com sanitários.
Um poço lindo se forma após a primeira cascata. Embora seja muito atraente para nado, não é recomendado, pois sua profundidade chega a 19 metros!
A partir deste poço, a água passa por uma garganta e então origina a imponente cachoeira.
Uma trilha ali perto leva a um mirante:
O lugar é tão bonito e tranquilo que não dá vontade de ir embora. Infelizmente já estava ficando tarde e tínhamos que descer o morro.
E é claro que não poderia faltar o aviso (para nos lembrar! rs):
Chegamos na parte baixa do parque cerca de 2 horas depois. As pernas estavam cansadas após a caminhada, mas nos sentíamos revigorados e muito sortudos por poder vivenciar esta experiência incrível!
O céu de Minas
Quem mora na cidade fica boquiaberto com o céu do interior. Pegamos tempo bom em nossa estadia na Serra da Canastra e pudemos desfrutar de maravilhosas noites estreladas.
Marido baixou dois aplicativos de astronomia, Sky View Free e Sky Map, para podermos identificar as constelações. Basta abrir o aplicativo e apontar o celular para o céu que ele mostrará o nome de cada uma. Nós gostamos mais do primeiro, além de mais leve, possui “visual mais limpo”.
E para fechar nossa passagem com chave de ouro, na última noite vimos alguns meteoros riscando o céu. Eu nunca tinha visto, quase não acreditei! Fiquei tão eufórica que esqueci de fazer meu pedido… fica pra próxima! rs
E assim terminou nossa “ecoviagem”! Passamos dias incríveis em Minas Gerais, um estado que eu amo de paixão! Começamos em Ibitipoca, depois seguimos para Capitólio e finalizamos na Serra da Canastra. Uma viagem simplesmente inesquecível! ♥
Boa noite!
Obrigado pelas imagens e pelos comentários esclarecedores acerca delas…
Boa sorte!
Olá, Marco!
Fico feliz por ter ajudado com esse post.
Obrigada pela mensagem e um ótimo 2023!
Olá.
Adorei o lugar muito lindo..
Há primeira oportunidade que tiver vou conhecer..
Bem o que dizer além de tudo muitoLINDO Quero ir !!
BEIJOS
Amiga, nossa!
Conheço o rio São Francisco, parte de Pernambuco e Bahia, já naveguei nele algumas vezes.
Mas ver sua nascente assim, é emocionante, como vc mesma diz é de arrepiar.
Lindo demais!
E qto à foto “trilha difícil ” nossa , na hora me lembrei da subida do monte Sinai no Egito, amiga essa de Minas é tranquila. Deus que me livre daquele monte ! Rsrs
Voltando… Viagem perfeita hein amiga!
Tô conhecendo o Brasil, com vcs! Valeu!
Bjo
renovandoacasasempre.blogspot.com.br
Muito emocionante mesmo, amiga! Amamos conhecer!
Hahaha verdade, amiga, depois do Monte Sinai, qqer subida é fichinha! rsrs
Foi demais essa viagem, Minas Gerais é linda!
Obrigada por acompanhar nossas andanças! 😀
Beijooo