Viagem realizada em abril/2017
Entre nossas visitas aos diversos sítios arqueológicos da Ilha de Páscoa, reservamos um tempinho para curtir suas belíssimas praias.
Anakena
Cercada por palmeiras, areia clara e tons de azul que nos fazem suspirar, Anakena é a praia mais procurada pelos visitantes. No verão, a temperatura agradável da água torna-se um belo convite para um mergulho. Dá para curtir um dia inteiro nessa praia, há restaurantes e banheiro. Não chegamos a almoçar por ali, só compramos empanadas e suco natural. Também há banquinhos com mesas para fazer piquenique.
Anakena fica mais movimentada à tarde, pois depois dos passeios pela ilha o pessoal vai curtir a praia. Nós fomos em abril e ainda dava para entrar no mar, a água não estava morninha, mas também não estava gelada. Com o calor que fazia era uma delícia se refrescar naquele mar cristalino. Ah, falando nisso, é possível praticar snorkeling por lá também.
Nós fomos à tarde e depois numa manhã para lá. Cedinho a experiência é ainda melhor, já que a praia fica deserta. Já pensou ter esse paraíso só para você?
Caminhamos entre as árvores pelo lado direito da praia e encontramos um local com outra linda vista e mais ampla de Anakena.
Além da paisagem de tirar o fôlego, Anakena guarda um dos mais bem conservados moai da Ilha de Páscoa, localizados no Ahu Nau Nau. Nesta plataforma encontram-se sete estátuas, mas duas delas não estão inteiras. Por terem permanecido soterradas na areia, protegidas das intempéries, muitos detalhes foram preservados.
Anakena foi o local de nascimento da história da Ilha de Páscoa. De acordo com a tradição oral, foi ali que desembarcou o primeiro rei da ilha, Hotu Matu’a, juntamente com seus homens, estabelecendo o primeiro assentamento que deu origem à cultura Rapa Nui.
Há relatos de que o nome do Ahu Nau Nau é devido a um extinto arbusto da família do sândalo, denominado naunau ou nau opata. Sua madeira era aromática e produzia nutritivas nozes. De acordo com a lenda, o rei teria trazido nozes dessa espécie de sua terra natal para se alimentar durante os primeiros meses na ilha.
Os moai do Ahu Nau Nau são mais estilizados que os vistos em outras regiões da ilha.
Próximo ao Ahu Nau Nau, encontra-se o Ahu Ature Huki com uma solitária estátua. Suas formas robustas e tipo de entalhe indicam que se trata de uma figura bem mais antiga que seus vizinhos ali ao lado. Também tem grande importância histórica, já que foi o primeiro moai a ser reerguido na ilha nos tempos modernos.
A estátua foi levantada durante a estadia na ilha do célebre explorador norueguês Thor Heyerdahl, em 1956. A fim de provar sua teoria de que os moai eram colocados em suas plataformas com auxílio de pedras, troncos e cordas, ele reuniu dezenas de ilhéus para reproduzir tal tarefa.
Os homens foram levantando gradualmente a grande estátua sobre um monte de pedras, fazendo alavancas com as madeiras e puxando-a com cordas até que conseguiram assentá-la em seu ahu, após 18 dias de grande esforço.
Como chegar a Anakena
Anakena está localizada a 18km de Hanga Roa. De carro, leva-se cerca de 30 minutos até lá pela estrada central. Nós fomos com o carro que alugamos, mas também é possível chegar de táxi, combinando com o motorista a hora da volta ou com o ônibus turístico Ara Moai que faz parada por lá na parte da tarde. De bicicleta, o melhor trajeto é pela estrada central, que leva em torno de 1 hora e meia na ida. O último trecho é uma bela descida que alivia as pernas. Assim, na volta é melhor pedalar pela estrada que margeia a costa. Embora seja um pouco mais demorado (cerca de 2 horas e meia), o caminho é mais suave e com vistas belíssimas. Além disso, pode-se ir parando em diversos sítios arqueológicos presentes neste lado da ilha.
Ovahe
Como podemos ver no mapa acima, a praia Ovahe está bem pertinho de Anakena e é tão linda quanto esta última. Sua faixa de areia é bem menor e sua beleza é mais, digamos, exótica. Linda demais!
Em Ovahe não há estacionamento, deixamos o carro próximo à entrada da “trilha” que leva à praia. É só ir descendo o barranco.
Esta pequenina praia é cercada por penhascos vulcânicos de cor avermelhada. A mistura de escória vulcânica e diminutos fragmentos de coral branco resultam em areias de coloração levemente rosada. Na parede do penhasco é possível observar cavernas, residências de antigos nativos. Em Ovahe também encontram-se resquícios de um antigo crematório.
O melhor horário para visitá-la é pela manhã. À tarde, a praia fica sombreada pelo paredão. Nós fomos cedinho e encontramos a praia vazia.
Para chegar à faixa de areia, temos que caminhar sobre algumas rochas. Nada complicado, só requer atenção.
Evitamos ficar próximo ao penhasco, pois o mesmo está sofrendo erosões e há possibilidade de desprendimento de pedras e/ou placas rochosas. Aliás, na entrada da praia há uma placa que indica que Ovahe não está apta para banho devido a esses riscos. Eu já tinha lido sobre isso antes da viagem e nossa intenção até então era somente conhecer e tirar fotos de longe.
Porém, o pessoal continua frequentando a praia, tanto moradores quanto visitantes. Inclusive, foi um casal argentino que conhecemos por lá que nos contou isso. Eles tinham ido no dia anterior e falaram “se vocês tiverem snorkel, melhor ainda, dá para ver bastante peixe”. Como nós tínhamos levado, nos animamos e decidimos mergulhar também.
Sendo assim, chegamos na praia e já caímos na água. Ficamos um tempão curtindo aquele paraíso só nosso.
Mais tarde começaram a chegar mais pessoas. Já estávamos com fome depois de tanto tempo na água, então decidimos voltar para o carro, comer alguma coisa e continuar nosso passeio.
Durante nossas andanças pela ilha, vimos vários pontos em que era possível entrar na água, além das praias. Então, reservei boa parte do dia para curtimos o mar. Fomos margeando a costa em direção ao centrinho (Hanga Roa) e parando nesses locais.
Em alguns lugares as ondas não chegam forte, então dá para entrar na água e relaxar…
Continuando no caminho, encontramos uma piscina natural maravilhosa:
Por vezes uma onda mais forte vinha e enchia a piscina de espuma, ficava branquinha.
Ficamos ali um tempo, mas como o mar começou a ficar muito agitado e perigoso, resolvemos sair.
Durante nossos passeios pela ilha também vimos algumas aves, como o tesourão-grande (Fregata minor) e o chimango (Milvago chimango).
Quando chegamos em Hanga Roa passamos numa pequena padaria que vendia deliciosas empanadas. Viramos fregueses. Voltamos para o hotel e comemos por lá.
E de sobremesa abrimos uma barra de chocolate Sahne-nuss que compramos em Santiago, muito bom!
Depois de tomar um banho, saímos novamente para curtir o fim de tarde. Em outro post contarei sobre os lugares que assistimos ao pôr do sol.