Viagem realizada em janeiro/fevereiro de 2018. Importante: os valores e dados gerais passados neste post podem sofrer alterações, procure sempre informações atualizadas antes de sua viagem.
E chegamos de mais uma viagem inesquecível! Acho que quem gosta de viajar sempre tem alguns destinos em sua interminável “lista de espera”, né? A Patagônia estava em nossos planos, porém, não tão cedo.
Começamos a pensar nesse destino após a viagem que fizemos ano passado à Santiago e Ilha de Páscoa. Os taxistas da capital chilena que conversamos sempre falavam que também precisávamos conhecer o sul do país. Na Ilha de Páscoa, conhecemos um casal argentino que, assim como nós, curtem viagens na natureza. Trocando ideias sobre destinos, eles enfatizaram “vão ao sul da Argentina, é simplesmente espetacular!”.
Então, depois de tantas recomendações e com as férias marcadas para o final de janeiro de 2018, decidimos: vamos para a Patagônia!
Li que o verão é a melhor época para conhecer a região, pois o clima fica mais favorável aos passeios, principalmente para quem deseja fazer as famosas trilhas. Sendo alta temporada, comecei a planejar a viagem em meados de novembro de 2017.
Que lugares visitar na Patagônia
A Patagônia é uma extensa região que abrange províncias do sul da Argentina e do Chile, assim é comum a denominação “Patagônia Argentina” ou “Patagônia Chilena”.
São muitos lugares maravilhosos para se conhecer. Uma cidade muito visitada pelos brasileiros no inverno é Bariloche, localizada ao norte da Patagônia Argentina.
Há passeios e atividades para todos os gostos e a escolha dos destinos vai depender do estilo de cada viajante, mas uma coisa é certa: você verá paisagens emocionantes!
Nosso Roteiro – 15 dias
Nós gostamos muito de caminhadas na natureza, então dois lugares já estavam definidos em nosso roteiro: El Chaltén, localizada na Argentina, e o Parque Nacional Torres del Paine, em território chileno. Para visitar o parque ficamos num hostel em Puerto Natales.
A cerca de três horas de estrada de El Chaltén, ainda na Argentina, se encontra a cidade El Calafate, ponto de parada para quem deseja visitar o majestoso Glaciar Perito Moreno. Não poderíamos deixar de incluí-la em nossa viagem.
Ushuaia, conhecida como “fim do mundo” por ser a cidade mais austral do mundo, também era um local que desejávamos conhecer. Porém, devido à questões monetárias, decidimos riscar essa cidade argentina do roteiro. O fim do mundo ficará para uma próxima oportunidade… hehe.
Como entraríamos e sairíamos por Punta Arenas, no Chile, resolvemos passar duas noites por lá para fazer um passeio até a Isla Magdalena para ver os pinguins.
Assim, em nossa jornada de 15 dias pela Patagônia passamos por 2 países e 4 cidades. Exceto a chegada e partida, fizemos todos os deslocamentos de ônibus.
– Nosso roteiro um pouco mais detalhado –
– Saímos de GRU, fizemos conexão em Santiago e descemos em Punta Arenas. Pegamos um ônibus no aeroporto em direção a Puerto Natales (3h). Chegamos por volta da meia noite e no dia seguinte logo cedo já partimos de ônibus para El Calafate (cerca de 5h/6h de viagem, dependendo de como for na aduana).
– Ficamos 3 noites em Calafate, visitamos a Laguna Nimez e fomos duas vezes ao Perito Moreno, uma só para passear pelas passarelas e outra para fazer o mini trekking.
– Partimos para El Chaltén (3h de estrada) e passamos 6 noites por lá. Fizemos várias trilhas.
– Voltamos para El Calafate e ficamos apenas uma noite. Aproveitamos para conhecer mais a cidade e comprar lembrancinhas. No dia seguinte voltamos para Puerto Natales.
– Ficamos duas noites em Puerto Natales e fomos um dia para Torres del Paine (2h de viagem) para fazer a trilha para a base das Torres, no esquema bate e volta. Não foi possível fazê-la, pois estava interditada devido à chuva do dia anterior que alagou um trecho do percurso. Mas fizemos outra trilha e o parque é realmente maravilhoso. Contarei mais detalhes em um post específico.
– Voltamos para Punta Arenas e ficamos duas noites. Fomos ver os pinguins na Isla Magdalena e visitamos a Zona Franca. No dia seguinte voltamos para casa.
Poderíamos ter feito o inverso, ou seja, conhecer primeiro a Patagônia Chilena e depois a Argentina, mas em nossas datas as acomodações estavam um pouco mais em conta nessa ordem.
Em fevereiro, em El Calafate ocorre uma grande comemoração ao aniversário de batismo do Lago Argentino, a Fiesta del Lago, com muitos shows e eventos esportivos. A cidade costuma ficar bem movimentada nessa época.
Entramos pelo Chile
Normalmente, quem visita a Patagônia, principalmente se for à Ushuaia também, entra pela Argentina com a companhia aérea Aerolíneas Argentinas, a qual oferece valores mais atraentes. Nós cogitamos comprar as passagens com essa companhia, porém, pelas notícias vimos que os funcionários da empresa estavam reivindicando reajustes salariais, acarretando muitas paralisações/greves e por conseguinte, muitos vôos cancelados. O acordo não parecia vir tão cedo, ficamos meio receosos, então decidimos voar pela Latam, entrando pelo Chile. Os vôos foram tranquilos, não houve atrasos na ida e nem na volta.
Na ida, no vôo de Santiago para Punta Arenas, sentamos do lado esquerdo (olhando para o bico do avião) e quando estávamos sobrevoando El Chaltén e El Calafate o comandante avisou que era possível ver o Monte Fitz Roy, Glaciar Viedma, Lago Argentino e Glaciar Perito Moreno. Do lado direito era possível ver as Torres del Paine.
Câmbios de Moeda (jan/fev 2018)
Decidimos levar dólares e fazer o câmbio por lá, pois tinha lido que a cotação nessa moeda era melhor. Também usamos o cartão de crédito, passava em quase todos os lugares, exceto em alguns restaurantes e hostels. Algumas lojas e restaurantes aceitavam pagamento em dólar, euro e outras até reais (vi na Argentina).
Na ida fizemos conexão em Santiago, mas não dava tempo de ir até o centro da cidade para trocar dinheiro (na rua Agustinas há muitas casas de câmbio que oferecem melhor cotação). Então, tivemos que nos conformar com a péssima cotação da AFEX, localizada no aeroporto (1 USD = 575 CLP). Nós trocamos apenas pesos chilenos, os pesos argentinos trocamos em El Calafate.
Em Calafate, trocamos um pouco no terminal rodoviário, o suficiente para pagar o táxi. Trocamos no guichê da empresa de ônibus Cal Tur (1 USD = 17 ARS).
Na real, não tivemos tempo de pesquisar a melhor cotação no centrinho de Calafate. Tinha lido de outros viajantes que a melhor era a do restaurante Casimiro Biguá, localizado na Av. Del Libertador 963, a avenida principal de lá.
Trocamos o suficiente para toda a estadia na Argentina, já que havia lido que em Chaltén a cotação era pior. Mas nos guichês de algumas empresas de turismo de lá, localizados no Centro de Informações Turísticas ao lado do terminal de ônibus, a cotação estava igual para o dólar.
Problemas com cartões de crédito Santander no Chile
Ano passado, em visita à Santiago e Ilha de Páscoa, tivemos problemas com os cartões de crédito do Santander, tanto MasterCard quanto VISA, ambos habilitados para uso no exterior. Usamos no primeiro dia numa lanchonete e depois não funcionou mais, constava “tarjeta bloqueada”. Entramos em contato com o banco, porém nada resolveram. Sorte que tínhamos um do Itaú, que passou em todos os lugares, sem problema algum.
Nesta viagem à Patagônia nos deparamos com a mesma situação. Em contato com o Santander, nos informaram que estavam com problemas com as bandeiras VISA e MasterCard no Chile. Novamente o cartão do Itaú nos salvou. No site “Reclame Aqui” há outros relatos de pessoas que tiveram o mesmo problema, passando por sufoco e constrangimento devido a isso.
Na Argentina os cartões do Santander, bem como do Itaú, funcionaram normalmente.
Preço dos táxis e transfers
Os táxis em El Calafate têm taxímetro, a corrida do terminal rodoviário para os hotéis localizados próximos à avenida principal ficaram em torno de 100 ARS a 120 ARS. Até algum tempo atrás parece que a rodoviária ficava bem no centro da cidade, mas fizeram uma nova na rua Antoine de Saint Exsupery 87, cerca de 8 minutos de carro do centrinho.
Obs.: Algumas hospedagens no Booking.com estão com informações desatualizadas quanto à distância a essa nova rodoviária.
Em El Chaltén não utilizamos táxi, nosso hotel ficava próximo do terminal rodoviário. Somente utilizamos um transfer para começar a trilha da Laguna de los Tres a partir da Hostería El Pilar, ARS 200/pessoa, cerca de 40 minutos de viagem. Fizemos o agendamento da van com a empresa Las Lengas, cujo guichê se localiza no Centro de Informações Turísticas, ao lado do terminal rodoviário. Escolhemos o primeiro horário de saída, às 8h. Eles te pegam em sua hospedagem.
Em Puerto Natales também não utilizamos táxis, já que nosso hostel ficava super perto do terminal rodoviário.
Em Torres del Paine, se você deseja fazer a trilha para a base das Torres (bate e volta), deve pegar um transfer interno, que parte da portaria Laguna Amarga, até a Hostería Las Torres. Nós não chegamos a utilizar o serviço, pois infelizmente não foi possível fazer essa trilha, já que a mesma estava interditada devido à forte chuva do dia anterior. Mas, pelo que li, o trajeto custa cerca de 3.000 CLP/pessoa/ida.
Atenção: fique atento à empresa de ônibus que vai escolher para ir e voltar a Puerto Natales, pois os horários de algumas não batem com o horário que o transfer parte da Laguna Amarga (li que sai às 9h) e volta da Hostería Las Torres para a Laguna Amarga (li que parte da hostería às 19h30, são cerca de 10 minutos de percurso, de automóvel).
Em Punta Arenas utilizamos um táxi para ir ao Terminal Tres Puentes, local onde saía a embarcação para o passeio à Isla Magdalena. O taxista nos cobrou 4.000 CLP. A gerente do hostel nos disse mais tarde que poderíamos ter pego um táxi coletivo, o qual fica rodando pela cidade e outras pessoas podem entrar durante o trajeto. Ele te deixa próximo do local que você precisa descer e custa 500 CLP/pessoa!!! De fato, nesse mesmo dia após o passeio, chegamos a pegar um desses táxis que nem sabíamos da existência.
Geralmente pergunto o valor médio dos táxis para algum funcionário dos hotéis, mas nesse dia não encontrei ninguém na recepção… :/
Para ir do hostel ao aeroporto de Punta Arenas o táxi custou 8.000 CLP, a própria gerente do hostel chamou o rapaz e disse que esse era o preço correto.
Compra de passagens de ônibus
Alguns relatos de viagem que li aconselhavam comprar as passagens de ônibus antecipadamente na alta temporada. Como já tínhamos resolvido fazer o pagamento das passagens com cartão de crédito, decidi comprar a maioria delas pela internet mesmo algum tempo antes da viagem e ficar tranquila quanto a isso.
Do aeroporto de Punta Arenas a Puerto Natales (3h de viagem, 8.000 CLP/pessoa/só ida): comprei pelo site Recorrido.com. Acho interessante comprar o trecho de ida antecipadamente na alta temporada, ainda mais se o voo chegar à noite, para não correr o risco de ficar sem transporte. Fiquei acompanhando pelo site e cerca de 2 dias antes da viagem todos os assentos já tinham sido reservados. Pegamos o último ônibus, com saída às 21h. Eles passam na porta do aeroporto. O trajeto foi feito pela empresa Bus Sur.
De Puerto Natales para El Calafate (cerca de 5 a 6 horas de viagem, 40.000 CLP/pessoa/ida e volta): comprei também pelo site Recorrido.com. Achamos a vista da direita melhor. Tanto na ida quanto na volta dão 1 suco de caixinha + 1 pacotinho de bolacha. O trajeto foi feito pela empresa Bus Sur. Obs.: na volta para El Calafate tivemos que pagar 10 ARS na rodoviária antes de embarcar, como constava no ticket.
De El Calafate para o Glaciar Perito Moreno (cerca de 2h de viagem, 600 ARS/pessoa/ida e volta): comprei diretamente no guichê da rodoviária com a empresa Cal Tur (passa cartão) um dia antes. A vista do lado direito é linda durante a estrada e quando chega próximo à geleira, a vista da esquerda é melhor.
De El Calafate para El Chaltén (3h de viagem, 1.200 ARS/pessoa/ida e volta): comprei pelo site Plataforma 10. Também tem o site TicketOnline que vende passagens para este trecho, mas não cheguei a comprar nenhuma passagem por lá. O site oferecia o serviço de mais de uma empresa para esse percurso, optei pela Cal Tur. O ônibus é de dois andares, confortável. Cheguei a reservar os assentos pelo site, mas na hora vi que podia sentar onde quisesse. Na volta o ônibus faz uma parada no aeroporto de El Calafate para quem quiser descer. Vista do lado esquerdo é melhor. Várias companhias realizam esse trajeto.
De Puerto Natales para Torres del Paine (cerca de 1h40 de viagem, 15.000 CLP/pessoa/ida e volta): essa passagem comprei diretamente no guichê da rodoviária, alguns dias antes, no dia que fizemos o trecho para El Calafate. Escolhi a empresa Buses Gomez (aceita cartão), ida às 7h30, mas chegamos cedo na rodoviária e a moça disse que poderíamos pegar o busão que saía as 7h15. Chegamos na Portaria Laguna Amarga antes das 9h. O último ônibus sai desse mesmo ponto às 19h45, mas você pode voltar em outro busão que sai mais cedo do parque, se desejar.
Outras empresas que fazem o trecho para Torres del Paine: Bus Sur, Buses JB, Buses María José.
Atenção novamente: fique atento à empresa de ônibus que vai escolher para ir e voltar a Puerto Natales, pois os horários de algumas não batem com o horário que o transfer interno parte da Laguna Amarga (li que sai às 9h) e volta da Hostería Las Torres para a portaria Laguna Amarga (li que parte da hosteria às 19h30, são cerca de 10 minutos de percurso).
De Puerto Natales para Punta Arenas (cerca de 3h de viagem, 8.000 CLP/pessoa/ida): comprei pelo site Recorrido.com. O trajeto foi feito pela Bus Sur.
Como foi nas aduanas/alfândegas
Tanto na ida quanto na volta foi bem tranquilo. No trecho de Puerto Natales para El Calafate, demoramos um pouquinho mais na Aduana Chilena. Foi só carimbar o passaporte/apresentar RG. O processo estava um pouco demorado no início, mas depois a fila andou mais rápido. Lá devemos entregar a Tarjeta Única Migratoria, aquele papel entregue pela PDI – Policia de Investigaciones de Chile – no aeroporto, durante a imigração.
Para entrar na Argentina não precisamos descer com nada, somente com o passaporte/RG.
No trecho de El Calafate para Puerto Natales, o processo na Aduana Argentina foi bem ligeiro, só carimbaram o passaporte. Para entrar no Chile, tivemos que descer com os pertences que estavam conosco na parte de cima do ônibus, tipo mochilas, malas de mão e bolsas para passar no raio-X. As malas que estavam no bagageiro não precisaram ser retiradas. Estávamos levando na bolsa de mão alguns pacotes de bolacha, suco e amendoins/castanhas, tudo industrializado, além de uma lembrancinha feita de madeira que estava no bagageiro. Então declaramos no formulário. A fiscalização no Chile é rigorosa, para saber mais sobre o que pode ou não entrar no país, clique aqui. Na hora do raio-X a funcionária somente perguntou o que estávamos levando, falamos “galletas” e tudo ok. Por vezes podem pedir para abrir a mala. Havia pessoas levando maçãs, as quais foram confiscadas. O problema é entrar com algo permitido ou não, sem declarar. Aí a multa é quase certa. Ah, não se esqueça de guardar o papel que entregam (Tarjeta Única Migratoria), pois precisará para sair do país.
Achei que os procedimentos na Aduana Chilena seriam super demorados, mas foi tudo bem rápido, pois ninguém ficou enroscado. Ufa! Chegamos em Puerto Natales após 5 horas de viagem.
Obs.: Nas Aduanas Argentinas não havia sanitários, mas nas Aduanas Chilenas havia.
Passeios que fizemos
Estando em El Calafate:
– Visitamos a bela Laguna Nimez, uma reserva natural, cerca de 15 a 20 minutos a pé do centrinho. Gostamos tanto que fomos duas vezes. O ingresso custou 200 ARS/pessoa, o qual permitia a entrada gratuita em outros dias. Lá também alugavam binóculo por 50 ARS. O horário de funcionamento era das 9h às 20h, não sei se em outras épocas continua o mesmo. No verão é possível avistar muitas aves migratórias que passam pela Patagônia, dentre elas, os lindos flamingos-chilenos.
– Fizemos o mini trekking no Glaciar Perito Moreno. Na alta temporada é recomendável fazer a reserva antecipadamente. Fiz direto com a empresa que realiza o passeio, a Hielo y Aventura, mas outras agências também fazem o agendamento. O mini trekking custou 3.300 ARS/pessoa com traslado. É bem carinho, aliás, praticamente todos os passeios são caros na Patagônia, mas nós adoramos! Além do mini trekking (1h30 sobre o gelo), é possível fazer o Big Ice, que exige um bom condicionamento físico, já que é mais longo (3h30 sobre o gelo) e claro, mais caro… rs.
– Fomos por conta ao Glaciar Perito Moreno em um dia para passear com calma pelas longas passarelas. Se você gosta de fotografar, conhecer bem o local visitado e fazer tudo tranquilamente (e estiver disposto a pagar mais uma entrada*) recomendo que vá em um dia somente para isso. Após o mini trekking, a empresa leva os clientes para caminhar pelas passarelas, mas o tempo é de somente 1 hora.
*Atenção: o ingresso ao Parque Nacional Los Glaciares, onde está localizado o Glaciar Perito Moreno, deve ser pago somente em dinheiro e em pesos argentinos – 500 ARS/pessoa – toda vez que você for visitá-lo. O valor do ingresso não está incluso no pacote do mini trekking.
Veja aqui e aqui mais sugestões de passeios em El Calafate (não cheguei a comprar nenhuma excursão com essas empresas).
Em El Chaltén:
– Fizemos várias trilhas, as quais são gratuitas e autoguiadas (o tempo de trilha é estimado, depende muito de cada pessoa):
- Chorrillo del Salto (6km ida e volta, 2 horas no total)
- Laguna de los Tres (se começar a trilha da cidade, são cerca de 22km e se começar pela Hostería El Pilar são cerca de 20km. Leva 8 horas no total.)
- Mirador de los Condores + Mirador de las Águilas (são cerca de 6km para fazer as duas trilhas, ida e volta, cujo trajeto se bifurca no meio do caminho. Leva cerca de 3 horas no total).
- Laguna Torre (20km ida e volta, 6 horas no total)
- Loma del Pliegue Tumbado (24km ida e volta, 6 horas no total)
As trilhas que achamos menos cansativas, foram a Chorillo del Salto, Mirador de los Condores + Mirador de las Águilas e Laguna Torre. A Loma del Pliegue Tumbado é subida praticamente o caminho todo, cansa bastante, porém a volta é fácil, já que é descida. A trilha para a Laguna de los Tres partindo da Hostería El Pilar é cansativa, mas não exaustiva, exceto a subida final que leva até a lagoa… meu amigo, essa parte é bem punk! rs.
Em El Chaltén também é possível fazer trekking no Glaciar Viedma, além de navegações e outros passeios, clique aqui e aqui para saber mais (não cheguei a comprar nenhuma excursão com essas agências).
Estando em Puerto Natales:
– Visitamos o Parque Nacional Torres del Paine. O ingresso deve ser pago somente em dinheiro, em pesos chilenos (21.000 CLP/pessoa), dólares ou euros na alta temporada e somente em pesos chilenos na baixa temporada. Clique aqui para ver valores atualizados. O ingresso é válido para entradas no parque em até 3 dias consecutivos. Para tal, deve-se carimbar o ticket na portaria antes de ir embora.
Se você não pretende fazer a trilha de um dia para a base das Torres nem os circuitos W ou O, pode agendar um passeio full day com transporte conhecendo algumas das principais atrações do Parque Nacional Torres de Paine. Clique aqui para saber mais sobre esse e outros passeios (não cheguei a reservar nenhuma excursão com esse site). Muitas hospedagens podem agendar os passeios para você também.
Estando em Punta Arenas:
– Visitamos a Isla Magdalena para ver os pinguins-de-magalhães. Compramos o ingresso um dia antes do passeio (50.000 CLP/pessoa) com a empresa Comapa, direto na loja, localizada na Lautaro Navarro 1112, em Punta Arenas. O ingresso também pode ser adquirido pelo site. Outra empresa que faz o passeio é a Solo Expediciones. Li que esta última, de preço mais elevado, faz o percurso com embarcações mais rápidas e passa pela Isla Marta (sem desembarcar), onde é possível ver os leões marinhos.
Os horários de saída são às 9h e às 14h30. Vi relatos de que à tarde há muito mais pinguins na ilha, pois pela manhã estão procurando alimento. Nós fomos no primeiro horário, pois fiquei com medo do tempo mudar, já que no dia anterior estava bem nublado e chuviscando. De fato, não havia muuuuitos pinguins, mas foi super bacana vê-los de pertinho. O passeio dura cerca de 5h30.
É comum o cancelamento do passeio devido às condições climáticas. Caso isso ocorra, a Comapa devolve o dinheiro.
– Visitamos a Zona Austral, a Zona Franca de Punta Arenas. Fomos após o passeio à Isla Magdalena, mais para conhecer mesmo. Marido comprou um canivete suíço. Almoçamos por lá.
Veja aqui mais sugestões de passeio em Punta Arenas.
Farei posts específicos sobre cada passeio que fizemos, com fotos e contando mais detalhes!
Internet | Wi-Fi
Em nossa última visita ao Chile tínhamos comprado chips pré-pagos no aeroporto, da operadora Entel. Ainda havia um restinho de saldo, então os levamos para essa viagem. Usamos um pouco para mensagens no WhatsApp e logo recebemos um SMS da operadora dizendo que nosso saldo estava zerado. Porém, não fizemos nova recarga, já que às vezes o WhatsApp funcionava para mensagens de texto.
Usamos mais o Wi-Fi das hospedagens e restaurantes por onde passamos, tanto na Patagônia Argentina quanto Chilena. Funcionou bem, mesmo em El Chaltén, onde li que a internet era ruim. Quase todos os estabelecimentos tinham Wi-Fi.
Para nos auxiliar em momentos sem conexão, antes de viajar baixamos os mapas das regiões que iríamos passar, pelo Google Maps, e anotamos os endereços importantes. Também tirei Print Screen dos trajetos rodoviária-hospedagem para facilitar.
Carimbos da Patagônia no passaporte
Se você curte um carimbo no passaporte como mais uma lembrança dos lugares por onde passou, veja onde garantir o seu:
– Parque Nacional Los Glaciares: na portaria do parque. Nós fomos de ônibus e os atendentes entram nos mesmos para recolher o pagamento e entregar o ingresso, de forma que você nem precisa descer. Então, acabei não pegando o carimbo, mas deveria ter descido rapidinho e ido lá no guichê. Se você for de carro, não esqueça de pedir! Ao fazer esse post, descobri que também é possível carimbar o passaporte na Intendencia, localizada na avenida principal de El Calafate. E pensar que passamos tantas vezes em frente… :/
– El Chaltén: carimbamos no balcão do Centro de Informações Turísticas, localizado bem ao lado do terminal de ônibus.
– Torres del Paine: carimbamos na Portaria da Laguna Amarga, no segundo balcão após o pagamento, com a moça que entrega o mapa do parque.
Onde comemos
– Em El Calafate –
– Panaderia y Confiteria Don Luis, localizada na Av. del Libertador 1536 (avenida principal). Bonita padaria, tem mesas para comer no local. Pedimos uma torta recheada com vegetais e dois sucos naturais de laranja, grandes. Chegaram duas taças médias e, depois da sorveteria Ovejitas (mais abaixo), concluímos que o “grande” na Argentina não é lá muito grande não… rs.
Voltamos outras vezes para comprar sanduíches para os passeios (em torno de 90 ARS a 100 ARS), que eles chamam de viandas. Adoramos! Aceitam cartão de crédito.
Para comprar lanches também há outro local bem recomendado que havia anotado, mas não chegamos a ir, o Green Market.
– Eccomax, localizada na Avenida del Libertador 1474, um pouco antes da Panaderia Don Luis. Compramos empanadas e gostamos! Infelizmente não lembro o preço, mas não eram caras. Pagamento só em dinheiro.
– La Lechuza Pizzas: localizada na Av. del Libertador 1301. O ambiente, embora um pouco apertadinho é aconchegante, com decoração que mescla objetos antigos e criatividade. Pedimos uma pizza de 8 pedaços que estava muito gostosa e uma garrafa de vinho, no total de 734 ARS (aceita cartão). Não sei como conseguimos voltar para o hotel, somos fracos para bebida… rs.
– Wanaco Tradicional Bar: localizado na Av. del Libertador 1091. Pedimos 2 hambúrgueres (vêm com batatas) e 2 sprites, mas também servem pizzas, entre outras opções. Estavam bons, mas não achamos “uau”. A conta ficou em 480 ARS.
– Ovejitas de la Patagonia: localizada na Av. del Libertador 1197. Vende chocolates, dentre outras delícias, mas creio que o carro-chefe seja o saboroso sorvete. Fomos duas vezes lá. Aproveitei para experimentar o sorvete de calafate, frutinha típica da região. Eu gostei, marido não curtiu muito não. Achei o sabor levemente parecido com o do açaí. Na primeira vez pedimos somente um “vaso (copo) grande” de sorvete para nós dois, achando que era realmente grande. Quando a atendente pegou o recipiente logo olhei para o marido. Era no máximo de tamanho médio, sendo bem otimista… rs. Conclusão: ele teve que pedir outro logo em seguida. O vaso grande custava 85 ARS, com direito a dois sabores.
– Supermercado La Anonima: localizado na Avenida Del Libertador 902. Tem de tudo um pouco. Compramos bolachas e maçãs para levar a El Chaltén, pois li que os preços por lá eram bem mais altos. Não dão sacolas para guardar as compras, o pessoal costuma utilizar os saquinhos transparentes do setor de frutas e verduras. Se for comprar muita coisa, leve mochila.
– Em El Chaltén –
Alguns estabelecimentos em El Chaltén fecham por volta das 13h e reabrem em torno das 16h/17h. Os horários podem variar e não são todos que fecham.
– Restaurante Ahonikenk: Av. Miguel Martín de Güemes 23. O ambiente não é muito grande, mas é aconchegante. A decoração é divertida, com várias camisetas e bandeiras de times de futebol penduradas no teto. Serve pizzas, massas, carnes, sopas, saladas, entre outros. Pedimos uma pizza de 8 pedaços que estava deliciosa e uma garrafa de cerveja artesanal escura. Ah, antes de tudo foi servido um couvert composto por fatias de pães temperados com um molho feito com lentilhas, muito bom. O jantar custou 430 ARS (pagamento somente em dinheiro).
– Panadería Que Rika: Av. Miguel Martín de Güemes 120, também há uma unidade na avenida principal. Um bom lugar para comprar empanadas para um lanche rápido e para levar nas trilhas. Custavam em torno de 25 ARS. Ficavam na geladeira, mas as atendentes perguntam se deseja que as esquente. Também chegamos a pedir sanduíches simples, de presunto e queijo, mas achamos muito seco. O horário de atendimento era das 7h às 22h, mas talvez mude em outras épocas do ano.
– Cayetano: Avenida San Martin 84. O lugar é pequenino, mas bacaninha com bom rock tocando ao fundo. Serve hambúrgueres, pizza, cervejas. Pedimos hambúrgueres que eram enormes e estavam muito saborosos, uma pena que as batatas vieram mornas e murchas e o suco de laranja que pedi não era natural. Marido pediu dois copos de cerveja artesanal. A conta ficou em 595 ARS. As pizzas pareciam bem gostosas também.
– B&B Burger Joint: Avenida San Martin 351. O lugar tem atmosfera descontraída, bem jovial e está sempre cheio. O motivo são os deliciosos hambúrgueres. Também pedimos uma porção de batata com cheddar e bacon e duas garrafinhas de sprite. Foram os hambúrgueres que mais gostamos de toda a viagem. O valor total foi de 570 ARS.
– Patagonicus: Av. Miguel Martín de Güemes 140. O lugar é aconchegante e confortável. Serve pizzas, massas, chorizo com batatas rústicas, sanduíches, saladas etc. A pizza é bem recomendada, mas fomos de massa, as quais são artesanais e também pedimos dois sucos naturais de laranja. Estavam boas e bem feitas, só achamos que faltou um “tcham”, o sabor estava beeem suave. A conta ficou em 560 ARS.
– La Senyera: Avenida Lago Del Desierto s/n. Restaurante com comida típica argentina. O ambiente é muito gostoso e tranquilo. Marido pediu um chorizo que veio acompanhado de batatas fritas e salada simples. Ele não é muito chegado em carnes em geral, mas adorou as da Argentina. Pedi uma carbonada tradicional e, apesar da descrição no cardápio, não sabia exatamente como seria servido. Arrisquei, pois gosto de surpresas rs. Chegou um tipo de guisado, com arroz, milho e pedaços de carne, batata, cenoura, abóbora… Gostei! Ambos os pratos estavam saborosos e bem feitos. Pedimos uma garrafa pequena de vinho. Ah, o couvert era delicioso também, torradas e pães quentinhos + uma pastinha com alho. O total ficou em 810 ARS.
– La Waflería: Avenida San Martin 640. O local é bem confortável e jovial. Há uma grande mesa na entrada para ser compartilhada e mesas menores no fundo. Os waffles doces são bem falados, mas como fomos na hora do almoço, optamos pelos waffles salgados. Estavam deliciosos e muito bem servidos, nós queríamos pedir sobremesa também, mas a pança já estava cheia. Dois waffles salgados + dois sucos naturais ficaram em 630 ARS. Aceita cartão de crédito VISA acima de 150 ARS.
– Heladería Domo Blanco: Avenida San Martin 164. Sorvetes de massa deliciosos. Fomos duas vezes. A casquinha com dois sabores custa 100 ARS.
– Chocolateria: Avenida Lago Del Desierto 105. Ficava quase em frente ao nosso hotel. Ótima opção para quando rola uma vontade de comer um docinho. O ambiente é rústico e aconchegante. Pedimos 1 torta de maçã com gengibre, suco natural de laranja, 1 brownie e 1 xícara grande de chocolate quente. Estavam muito bons. O total ficou em 360 ARS.
– Mercados: vimos uns 3 ou 4 pela cidade, não eram grandes, mas tinham de tudo um pouco.
Obs.: tanto na Argentina quanto no Chile é comum o pagamento de 10% de propina (gorjeta/tip, em inglês) para os serviços prestados nos restaurantes e lanchonetes. Ela não está incluída na conta e não é obrigatória, mas é de bom-tom oferecer. Alguns estabelecimentos deixam um recipiente no balcão para depositá-la. Na Argentina a propina é paga somente em dinheiro, já no Chile vimos que pode ser incluída no valor total e paga com cartão de crédito.
– Em Puerto Natales –
– Masay Pizza & Sandwich: Calle Manuel Bulnes, 427. Nós chegamos num domingo à tarde em Puerto Natales. Estávamos verdes de fome e havia poucos lugares abertos. Vimos uns restaurantes chiques em funcionamento, mas queríamos algo rápido e mais em conta. Encontramos o Masay, lugar simples e que estava bem cheio. Resolvemos pedir pizzas individuais. Estavam gostosas. Infelizmente esqueci de anotar o preço, mas não eram caras não…
– Em Punta Arenas –
– Pub Colonial: Pdte. Federico Errázuriz 859. Entramos no local, pois vimos escrito na porta um dos cardápios do dia “hamburguesa – arroz – puré de papas”. Meus olhos brilharam quando li arroz… rs. Já estava sentindo falta. O hambúrguer (somente a carne) era caseiro e estava bem temperadinho, o arroz também estava gostoso. Marido ao invés de arroz pediu o purê. Para acompanhar pedimos uma porção de batatas fritas grande, pois pensamos que o grande ali era igual ao grande da Patagônia Argentina, ou seja, de pequeno a médio… rs. Conclusão: o “grande” do Chile é grande mesmo, chegou uma barca enorme de papas fritas. Comemos batata até sair pelo nariz. Vai zoião…
O couvert era um delicioso caldo com alguns legumes e coentro, fatias de pão e pebre, um molhinho típico chileno que lembra vinagrete. A conta ficou em 18.200 CLP. Aceita cartão de crédito.
– Pedro, Juan & Diego: quando fomos visitar a Zona Austral (Zona Franca de Punta Arenas), almoçamos por lá e pedimos hambúrgueres dessa lanchonete, acompanhados por batatas fritas médias (aprendemos a lição) e lata de refrigerante. Os lanches são bem saborosos e enormes, gostamos. O total foi de 11.180 CLP.
Onde nos hospedamos
Em El Calafate nos hospedamos em dois lugares, Hostel Lago Argentino B&B e Bla Guesthouse. Esta última ficava um pouco mais próximo da avenida principal. O Hostel Lago Argentino é bem bonitinho, tem um jardim florido. Os quartos têm banheiro privativo e ficam afastados da recepção, localizada do outro lado da rua, proporcionando um clima mais intimista. Os ambientes estavam limpos. As paredes são finas, às vezes dava para ouvir as conversas dos vizinhos, mas os hóspedes ao lado não eram barulhentos, então não nos incomodou.
O café da manhã começava às 6h30 e contava com pão de forma, manteiga, geleia, café, leite, suco, chá de saquinho, cereais, uma fruta e ovo cozido.
Ficamos apenas uma noite no Bla Guesthouse, era tudo organizado, a vibe é bem legal e os atendentes são super simpáticos e solícitos, mas no geral preferimos a outra hospedagem. Pegamos uma acomodação com banheiro privativo. A área de banho tinha uma banheira estreita e cortina, então o espaço ficava bem reduzido. O café da manhã começava às 6h30 e tinha café, leite, pão de forma, manteiga, geleia, doce de leite, cereais e algumas frutas previamente cortadas como banana e laranja. Para uma noite foi ok.
Em El Chaltén ficamos hospedados na Hostería Los Ñires. Nós adoramos esse hotel. Escolhi uma acomodação com banheiro privativo. O quarto (tinha uma cama de casal e uma de solteiro, embora tivesse escolhido com cama de casal somente) e banheiro eram amplos e limpos. Havia uma mesa comprida também. Um detalhe que talvez incomode algumas pessoas são as cortinas um pouco finas. No verão anoitece depois das 21h, então é estranho ir dormir quando o quarto ainda está claro… rs. O café começava às 7h e tinha pães de forma (acho que eram feitos lá, pois um dia sentimos um delicioso cheiro de pão assado), bolos, pudim, manteiga, geleia, cereais, ovo cozido, em um dos dias teve ovos mexidos, laranjas, sucos, leite, café, chá de saquinho.
O Wi-Fi não pegava nos quartos, mas há uma confortável sala de estar. Pelo que percebi também servem refeições. Há venda de bebidas, como água, sucos e refrigerante.
Esse hotel fica próximo da avenida principal San Martín, a cerca de 6 minutos a pé do terminal de ônibus e 10 minutos do Centro de Visitantes. Quanto à localização em relação ao início das trilhas, achamos boa. Só fica um pouco longe do início da trilha Chorillo del Salto e de onde termina a trilha Laguna de Los Tres, ambas quase no final da avenida principal. Digo “termina”, mas você pode começar essa última trilha por ela também, embora seja uma subida bem íngreme. Nós optamos iniciar a trilha pela Hostería El Pilar. Conto mais detalhes depois.
Em Puerto Natales nós ficamos hospedados duas vezes (na ida e na volta, vide nosso roteiro mais acima) no Hostal Clarita. O local é a casa dos proprietários, bem simples, e a família é muito simpática. O banheiro era compartilhado, amplo (se manteve limpo) e o quarto não era muito espaçoso, mas para poucas noites foi um bom custo benefício. A amável senhorinha que cuida do local pergunta a que horas deseja tomar o café da manhã e deixa tudo preparado no horário escolhido, com pães, frios, manteiga, geleia, chá de saquinho, leite, achocolatado e suco. Optei por essa acomodação, pois fica muito perto do terminal rodoviário, cerca de 2 minutinhos caminhando. Fica um pouco distante dos restaurantes do centro, cerca de 15 minutos, mas como íamos sair bem cedo para Torres del Paine, achei melhor assim.
Em Punta Arenas nós ficamos hospedados no Hostal Balmaceda. Nesta cidade não há terminal rodoviário, os ônibus nos deixam em suas próprias garagens. Nós fomos de Puerto Natales até Punta Arenas pela empresa Bus Sur e a garagem era relativamente próximo ao hostel, então fomos a pé mesmo. No caminho aproveitamos para passar na Comapa e comprar nossos ingressos para o passeio à Isla Magdalena (50.000 CLP/pessoa).
Pegamos uma acomodação privativa com banheiro compartilhado. O quarto era confortável, limpo e o banheiro amplo, também estava sempre limpo. O café da manhã começa às 7h e é bem simples: pão de forma, queijo, peito de peru, manteiga, geleia, leite, saquinhos de chá e café solúvel. Havia alguns restaurantes simples próximo ao hostel. Achamos um bom custo benefício.
Em todas as hospedagens havia aquecimento e fomos muito bem atendidos!
Obs.: fique atento à forma de pagamento. Algumas hospedagens não aceitam cartão de crédito e outras podem aceitar somente determinada bandeira.
Obs.2: Na Argentina o IVA de 21% está isento nas diárias de hospedagens para estrangeiros que realizem pagamentos com cartão de crédito, débito ou pré-pago internacional. Clique aqui para ler o decreto. No Chile o IVA é de 19% e está isento se o pagamento for em dólar (em espécie) ou cartão de crédito internacional. É necessário provar que entrou no país há menos de 60 dias (deve-se mostrar a Tarjeta Única Migratoria, aquele papel entregue na imigração pela PDI – Policia de Investigaciones de Chile). Nem todos os estabelecimentos hoteleiros do Chile oferecem esta isenção. Para tal, é preciso que eles estejam registrados no órgão SII (Servicio de Impuestos Internos).
Antes de viajar busque sempre informações atualizadas!
O que vestir na Patagônia
É sabido que no verão as temperaturas na Patagônia ficam mais amenas (média de 18ºC), mas os famosos ventos patagônicos fazem a gente sentir mais frio. Mas no geral, não sentimos aquele frio que estávamos esperando. Passamos até bastante calor em El Calafate, já que inacreditavelmente não estava ventando, nem mesmo uma leve brisa. Tive que ficar ouvindo do marido que é super-mega calorento “tá vendo, eu disse que era melhor trazer bermuda…”.
Como pegamos bastante sol durante a maioria das trilhas, não precisamos de casaco pesado, por vários momentos fiquei andando só de camiseta de manga curta. Mas se estiver meio nublado ou chuviscando, dá uma boa esfriada. Na base dos cerros a história é outra, ventou muito e bem forte, gerando um frio do caramba.
Agora, frio de verdade sentimos em Punta Arenas. Mesmo com um lindo dia de sol o ar era gélido. A única vez que usamos nossa calça segunda pele e não tiramos o fleece e o casaco foi lá.
Como o tempo é bem imprevisível na Patagônia, podendo até nevar no verão, o ideal é se vestir em camadas, para ir tirando ou colocando as peças conforme o clima:
1ª camada: uma camisa segunda pele de material apropriado, é mais justa e tem o objetivo de transferir a umidade do corpo pra fora do tecido, mantendo-o seco e assim, segurando o calor.
2ª camada: uma blusa mais leve e fina, aquelas de tecido bem macio/fofinho, chamada fleece, responsável pelo aquecimento do corpo, retendo o calor.
3ª camada: um casaco corta-vento e impermeável que protege o corpo do ar frio e umidade externa. No mercado existem casacos que são vendidos com a camada 2 e 3 juntas, mas podem ser destacadas para usar separadamente, já que o fleece fica preso ao casaco por meio de botões/zíper. Eu prefiro essa opção. Alguns casacos são do tipo 2 em 1, têm um forro de fleece “embutido” e camada impermeável externa, são mais volumosos e não se destacam. Marido tem dois desses que compramos para uma viagem ao Japão, mas nem levou durante as trilhas, pois o calorento sabia que não ia vestir. Eu também tenho um desse tipo e não usei, só levei o “destacável” para as caminhadas.
Levamos também nossos casacos de chuva, eu não cheguei a usar o meu, pois sempre levava o meu casaco impermeável, mas marido usou o dele. Ele disse que o fleece + casaco de chuva foi uma ótima combinação para ele que não sente tanto frio. Sempre levamos esses casacos em nossas viagens, para guardar é só ir enfiando dentro do próprio bolso, no final ele se transforma num pacotinho.
Eu sou friorenta, mas durante as trilhas sinto bastante calor. Então não levamos a camisa segunda pele (1ª camada), usamos camisetas normais de microfibra. Em algumas trilhas nem usei o fleece, somente o casaco corta-vento, pois estava bem quente.
Para a parte de baixo, levamos calça segunda pele, mas só usamos em Punta Arenas. Nas trilhas eu usei uma calça legging, dessas de academia, por baixo de uma calça de trilha de tecido sintético, leve e de secagem rápida. Marido também queria uma dessas, mas não encontrou do seu tamanho, então usou calça de tactel comum mesmo, sem outra calça por baixo.
Não queríamos comprar calças impermeáveis próprias para trilha, pois talvez não utilizaríamos muitas vezes depois da viagem, então resolvemos levar nossas calças impermeáveis de andar de moto… rs. Mas não as usamos, já que não pegamos chuvaradas durante a caminhada, somente chuviscos rápidos.
Quanto as botas, nós utilizamos pela primeira vez da marca Quechua. Marido ia levar uma bota com somente alguns meses de uso da Timberland, marca que ele sempre usou, mas poucos dias antes da viagem, dois ilhoses quebraram enquanto ele caminhava na rua… tsc tsc. Tivemos que sair urgente a procura de uma nova bota impermeável para ele e resolvemos testar a MH Forclaz 100 da Quechua. Para mim escolhemos o modelo SH Forclaz 100 High, da mesma marca.
A bem da verdade, eu nunca tinha usado botas para trilhas antes. Sempre usei tênis, pois até então não havia encontrado uma bota que não me machucasse ou incomodasse. As opções que encontrava no meu número também não eram muitas. Mas para essa viagem à Patagônia precisava de um bom par, já que passaríamos por terrenos bem acidentados, cheios de pedras e talvez pela água. Felizmente, encontramos minhas novas parceiras de aventuras!
Não tivemos tempo de amaciá-las, mas as botas não nos machucaram em nenhum momento. Achamos bem confortáveis, estáveis e com boa tração. Em Torres del Paine passamos por alguns trechos alagados e a impermeabilidade das botas passou no teste. Consideramos um ótimo custo benefício. Veja aqui como apertar corretamente as botas de caminhada.
Nós sempre pensávamos em adquirir meias específicas para trilhas, mas até então nunca tínhamos utilizado. Resolvemos testar e que bela diferença! Com essa viagem percebemos que vale muito a pena investir em itens adequados para cada situação.
Eu gosto de usar boné nas trilhas, mas por várias vezes os fortes ventos patagônicos quase o levaram, mesmo bem preso na cabeça. Por sorte tinha levado um gorro e marido também me emprestou uma de suas bandanas/faixas de trilha, mais confortáveis e frescas.
Óculos de sol e protetor solar não podem ser esquecidos, assim como hidratante labial e corporal. Levamos luvas também para fazer o mini trekking no Perito Moreno e as utilizamos algumas vezes depois também. Escolhi uma luva touch screen que possibilita mexer na tela do celular.
– Outros acessórios –
Marido não tem o joelho muito bom, então sempre utilizava uma joelheira comum nas trilhas. Como faríamos algumas trilhas longas e meio pesadas, ele resolveu investir em uma joelheira articulada (com dobradiças metálicas) da marca Mercur e gostou muito, pois conferiu bastante estabilidade durante a caminhada.
Marido já tinha bastão de trilha, eu nunca tinha usado, ele insistiu para que levássemos pelo menos um para mim. Ajudou muito.
Tinha lido que durante as trilhas em El Chaltén e Torres del Paine era possível abastecer a garrafa com a água dos rios, que é potável. Mas, por via das dúvidas, levamos pastilhas de Clor-in. Cada pastilha purifica 1 litro de água, após trinta minutos.
Compramos todas as vestimentas e acessórios na Decathlon. Vira e mexe damos uma passadinha lá para ver as novidades. Alô, Decathlon! Patrocina a gente! 😀
Olá! Parabéns pelo relato! Dificilmente me animo a deixar um comentário 🙂
Aproveito para fazer uma pergunta: entendi pelo relato da compra de passagens de ônibus que vocês fizeram Paine sem a contratação de tour. Vocês também recomendariam ir sem tour para quem não tem objetivo de “trilhar”?
Olá, Nika! Muito obrigada, fico feliz que gostou do relato!
Sim, nós fomos para Torres del Paine de ônibus com a intenção de trilhar.
Acho que sem esse objetivo, seria melhor contratar passeios do tipo tour mesmo, pois de carro é possível conhecer muitos pontos do parque.
Meus pais fizeram um tour dessa forma no ano passado e adoraram! 🙂
Muito bom seu material sobre a viagem. Parabéns! Minha dúvida é sobre a compra das passagens com antecedência. Vc fez a compra via cartão de crédito? Tem as taxas tradicionais de compra no exterior? É gerado um voucher e trocado na rodoviária de cada cidade? Obrigado pelas belas dicas!
Olá, Edson. Tudo bem? Muito obrigada, fico feliz em ajudar!
No site da Recorrido as passagens foram pagas com PayPal, pois não aceitam cartão de crédito. No da Plataforma 10 foi no crédito mesmo e sim, há taxas de compra no exterior. Eles enviam as passagens para seu email, vc só precisa imprimir e apresentar no momento em que for entrar nos ônibus.
Tenha uma excelente viagem! 🙂
Belo relato! Sabe dizer o valor total gasto a viagem sem as passagens?
Olá, Vinicius! Muito obrigada!
Puxa, vou ficar te devendo essa informação, não chegamos a levantar o valor total, mas já vi alguns relatos no fórum do “Mochileiros” bem detalhados quanto a gastos na Patagônia.